06 dezembro, 2009

Dia inerte...



Hoje o dia esta como um dia poderia estar.
Nada de anormal ou irreal.
Na verdade, eu que sempre enalteço o sentir, acordei sem muitos sentidos, não chorei nem ri. Saí da cama como quem só deseja ir ao banheiro, notei o atraso costumeiro sem nenhum alarde. Troquei-me como quem vai apenas comprar pão, penteei os cabelos como quem não deseja ser visto. E como que por inércia, fui pegar o ônibus.
Ao caminhar pela rua, notei o cadarço do meu tênis estava desamarrado, ignore-o, talvez um tombo me desse mais sentido que aquele ônibus que esperara. Sentei-me ao bando com as pernas apoiadas no banco da frente, uma latinha de coca-cola em mãos e o olhar um pouco mais longe que o limite da visão. Aquele carro que me levava com suas rodas, catracas e buzinas, tinha um caminho satisfatório a seguir. E eu, também o tinha?
Andei pelas ruas de forma tão despretensiosa, que qualquer lesma se arrastaria menos.
Conforme o tempo foi passando, sentia como quando estava sentada no ônibus, vendo a paisagem passando nas laterais da minha visão. E assim, o tempo passava, ás vezes voando, as vezes rolando, as vezes empurrando a barrigadas.
Nem os ventos, acreditem, nem o vento me arrepiava, acreditem. Se bem que...Acho que ele nem soprava.
Os segundos giram, viram minutos que viram horas, e parece que o vento ainda não bateu, se bateu,não senti, como era de se esperar.
O dia seca o olho
Mas não seca a sede.
Sede de tanta coisa...tanta?...
O Sol evapora a lágrima?, Então foi isso, só isso...
Não se engane ao ler esse texto, pensando que a autora que vos fala está á beira de suicídio. embora não seja essa uma idéia tão ruim assim...(subtos risos irônicos internos)
O sorriso salta do canto da boca, mas não se espalha. Sento na cadeira e logo as pernas demonstram a impaciência. Abro um texto pra ler e não o completo; Ligo uma música pra ouvir e a troco por um vídeo pra ver. Desisto e penso numa frase. A Frase me foge. Penso numa seqüência nova no violão e fico com o violão no colo pra ele me ninar enquanto entre tantas outras coisas que tentei fazer, fico apenas criando cenas na minha cabeça que gostaria que acontecessem, enquanto dedilho despretensiosamente o violão.
Bebo alguns goles de uma bebida barata qualquer, que não causa nenhum grande efeito. E eu sinto como se o tempo continuasse passando pelas laterais dos meus olhos, enquanto estou sentada aqui na cadeira do meu quarto.
Esse estado anestésico que me encontro, há de ter ao menos alguma
molécula de sentido.
Zan's Candido.

Um comentário:

Narayan disse...

Esse estado anestésico que me encontro, há de ter ao menos alguma molécula de sentido.


saudade de você.